Associação de Produtores da Cachaça destaca números do setor em evento de comemoração ao dia nacional da bebida

A Associação de Produtores de Cachaças do Estado do Rio de Janeiro (APACERJ) promoveu nesta quinta-feira uma feijoada na Academia da Cachaça, no Leblon, em homenagem ao Dia Nacional da Cachaça – 13 de setembro. Entre os convidados da APACERJ, participaram do almoço comemorativo a primeira dama do Estado do Rio de Janeiro, Maria Lúcia Jardim, o Superintendente do Ministério da Agricultura, Antonio Carlos Medeiros e o presidente do IBRAC, Vicente Bastos, além de outras 50 pessoas.

A celebração se estendeu também aos parceiros, que segundo Katia Espírito Santo, presidente da Apacerj, vêm desempenhando um papel fundamental para o reconhecimento da cachaça fluminense: – O apoio sistemático do Sebrae e da Firjan às ações do setor tem contribuído para que os empresários realizem o belíssimo trabalho de elaborar a cachaça de altíssimo padrão do Rio de Janeiro, cujos maiores indicadores, qualitativos e quantitativos são os mais de 40 prêmios de âmbito nacional e internacional recebidos em um ano, os resultados consistente em exportação -  sendo as marcas fluminenses responsáveis por cerca de 15% da receita de exportação da bebida no país - assim como  a Certificação da Conformidade de Produtos, chancelada pelo Inmetro, em que o nosso estado detém 30% de todas as certificações concedidas em todo o país -, comemorou Katia.

A Academia da Cachaça também mereceu uma menção especial. - por ser muito mais do que um estabelecimento comercial, tratando-se de uma instituição de notório valor, por seu  pioneirismo de oferecer cachaça de excelência, desde 1985, no Leblon, bairro sinônimo de escolhas, serviços e produtos de padrão elevado de qualidade, o que vem colaborando para demarcar a excelência do destilado nacional -, elogiou a presidente da APACERJ. 

Katia Espírito Santo defendeu que a data também é uma oportunidade para uma reflexão sobre os desafios que os produtores enfrentam:

- O setor apresenta ainda números tímidos quando avaliado que o país tem a capacidade de produzir 1,2 bilhão de litros. As destilarias escocesas, por exemplo, exportam 1,3 bilhões de garrafas de whisky. A presidente da APACERJ afirmou que sem um apoio maior, o setor terá grandes dificuldades de explorar melhor o seu potencial. Atualmente a cadeia de produção da cachaça, formada, em sua maioria, por produtores de pequeno e médio porte que emprega milhares de trabalhadores no país. Mesmo sendo uma seção da economia que emprega milhares de pessoas no país, há relutância de determinados setores da sociedade em apoiar incentivos ao setor. Há, infelizmente, uma visão distorcida de que o crescimento do mercado da cachaça seria um estímulo ao consumo de álcool. Enquanto esse equívoco não for desfeito, continuarão favorecidos os destilados concorrentes. Não é razoável que legisladores e governantes não dispensem atenção às perspectivas do mercado de destilados, criando condições para o fortalecimento do setor da cachaça – o produto típico e exclusivo do Brasil.

Carta de Cachaças do Estado do Rio de Janeiro é sucesso

E para mudar a imagem distorcida que muitas pessoas têm da cachaça, a APACERJ vem realizando um trabalho intenso de divulgação da bebida, colocando-o em patamares elevados. Entre as ações de marketing está a elaboração da Carta de Cachaças do Estado do Rio de Janeiro. Publicada no fim do primeiro semestre de 2014, a obra é um guia de 155 páginas, em versão trilíngue (português/inglês/francês), com detalhes sobre o destilado brasileiro e informações sobre 17 marcas produzidas no estado do Rio de Janeiro. Em pouco tempo, a Carta tornou-se objeto de desejo dos admiradores da bebida e material de pesquisa para aqueles que não conheciam o rico universo da cachaça.

Bebida histórica

O Dia Nacional da Cachaça é mais do que uma homenagem à bebida símbolo da cultura brasileira.

A data está relacionada a um conjunto de resistências realizadas em solos fluminenses contra a proibição da bebida e a altos impostos, como a Revolta da Cachaça, iniciada em finais de 1660, em que proprietários dos engenhos fluminenses se revoltaram, depuseram o governador da capitania e governaram o Rio por cinco meses. O movimento tornou a cachaça símbolo de resistência.

Fonte: APACERJ