Brasil e México fecham acordo para impulsionar comércio de cachaça e tequila
Cidade do México, 22 fev (EFE).- Os governos de Brasil e México anunciaram nesta segunda-feira (22) a conclusão das negociações de um acordo para fomentar o comércio e proteger a denominação de origem da cachaça e da tequila.
O acordo "garante a proteção recíproca da cachaça e da tequila como indicações geográficas do Brasil e do México, respectivamente, protegendo esses produtos da concorrência desleal de outros que pretendam se beneficiar indevidamente da reputação" dessas bebidas nacionais, destacou a Secretaria de Economia do México em comunicado.
Além disso, o acordo também aborda questões técnicas que poderiam "dificultar o comércio bilateral desses dois produtos através do reconhecimento das legislações correspondentes de ambos os países".
Com isso, os dois países procuram expandir o comércio das duas bebidas em um entorno de "certeza e segurança plena" para produtores e exportadores, acrescentou a Secretaria de Economia do México no comunicado.
Além disso, o acordo contempla o estabelecimento de um grupo de trabalho para abordar temas como a presença de produtos que utilizem de maneira equivocada as denominações cachaça e tequila e produtos apócrifos nos mercados brasileiro e mexicano, respectivamente, explicou a Secretaria de Economia do México.
As negociações do acordo foram concluídas durante a 3ª Comissão Binacional México-Brasil, que acontece na Cidade do México, pelo secretário de Economia do México, Ildefonso Guajardo e pelos ministros brasileiros de Relações Exteriores, Mauro Vieira, e de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Armando Monteiro.
A assinatura e a entrada em vigor do "Acordo para o Reconhecimento Mútuo da Cachaça e da Tequila como Indicações Geográficas e Produtos Distintivos do Brasil e do México" será feita conforme os procedimentos legais previstos nos dois países, segundo o comunicado.
Para o Ministério da Economia do México, o acordo representa a consolidação das relações entre as duas principais economias latino-americanas que foram impulsionadas após a assinatura em maio de 2015 de convênios em matéria comercial, de turismo e meio ambiente, entre outros.
Isso "leva a avanços ainda mais importantes no contexto das negociações em curso para a expansão e o aprofundamento do Acordo de Complementação Econômica nº53", destacou a Secretaria de Economia do México no texto.
As negociações para ampliar esse convênio, assinado em 2002, começaram em julho do ano passado. Atualmente, o Acordo de Complementação Econômica nº53 regulamenta o comércio de cerca de 800 produtos, que podem chegar a 6 mil com a atualização do mesmo.