Cachaça dos anos 50 volta ao mercado em edição limitada

Nos anos 50, a cachaça era uma bebida desvalorizada e ninguém dava muita importância se era pura ou adoçada (a caninha). Hoje, porém, há exemplares reconhecidos como premium no mercado. E, neste contexto, sua variação com açúcar é pouco valorizada.

 O relançamento recente da cachaça Linda, da Casa Di Conti, é bom reflexo desses momentos distintos.

A marca fez sucesso entre os anos 1950 e 1970 no triângulo formado pelo oeste paulista, o norte paranaense e o sul do Mato Grosso do Sul.

À época, não passava de uma mistura de cachaças de Cândido Mota (a 431 km de São Paulo), adoçadas e engarrafadas pela Casa Di Conti.

Hoje, está à venda em uma caixa de madeira e é resultado de um lote envelhecido por 11 anos em carvalho, amburana e jequitibá-rosa.

 

Foto: Fabio Braga/Folhapress

"Como não tínhamos garrafas originais, pesquisamos em fotos da fábrica e com colecionadores", diz Abílio Duarte, gerente da empresa.A nova versão homenageia a antiga no rótulo e no formato da garrafa -um modelo francês, da Verallia, semelhante ao de 60 anos atrás.

Mesmo sem ter tido alcance nacional, a Linda guarda fama até hoje entre colecionadores. Foi, inclusive, destaque na mostra "Caprichosamente Engarrafada", de 2011, sobre antigos rótulos.

À PROVA
A convite da Folha, Maurício Maia, autor do blog "O Cachacier", provou a bebida e contou suas impressões. "Ela tem sabor suave e equilibrado entre as madeiras", diz. "Tem uma das melhores relações custo-benefício entre seu perfil".

CACHAÇA LINDA
Quanto R$ 85 (kit); R$ 20 (garrafa)
Onde cachacalinda.com.br

 

Publicado na Folha de SP.