BRASIL E MÉXICO ASSINAM ACORDO PARA O RECONHECIMENTO MÚTUO E PROTEÇÃO DA CACHAÇA E DA TEQUILA

As negociações foram iniciadas em maio de 2015 e o Acordo foi assinado durante a visita do Ministro das Relações Exteriores, José Serra, ao México.

O Acordo para o Reconhecimento Mútuo da Cachaça e da Tequila como Indicações Geográficas e Produtos Distintivos do Brasil e do México foi assinado ontem (25 de julho de 2016). A assinatura aconteceu durante a visita do Ministro das Relações Exteriores, José Serra, ao México.

 

Enquanto a Tequila é protegida em mais de 46 países, incluindo a União Européia, com o reconhecimento, o México é o terceiro país a reconhecer a Cachaça como um destilado exclusivo do Brasil. Antes, apenas, Estados Unidos e a Colômbia reconheciam a Cachaça como destilado genuinamente brasileira.

As tratativas entre os dois países estavam em andamento há alguns anos, mas foi a partir de junho de 2014, com a renovação de um convênio firmado entre o Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC) e o Conselho Regulador de Tequila (CRT), que a movimentação em torno do processo de reconhecimento recíproco recebeu maior atenção do Governo. O resultado final deste esforço conjunto entre as entidades representativas da Cachaça e da Tequila acontece agora.

A ida de representantes do IBRAC ao México em 2014 integrou as ações do Projeto Setorial de Promoção às Exportações de Cachaça desenvolvido em parceria entre a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a entidade. A visita teve como objetivo a realização de ações de benchmarking com a Tequila com o intuito de melhorar o trabalho de promoção e defesa da Cachaça em mercados internacionais.

Segundo Cristiano Lamêgo, Presidente do Conselho Deliberativo do IBRAC, entidade representativa do setor produtivo da Cachaça, “a assinatura do acordo é um marco na história da Cachaça, que neste ano completa 500 anos de história”.

Além disso, reforça o Presidente do IBRAC: “O reconhecimento é o resultado dos esforços conjuntos entre o Governo Brasileiro e o setor privado”.

As exportações de Cachaça atualmente estão aquém do potencial de mercado e estima-se que apenas 1% do volume produzido é exportado e com o reconhecimento da Cachaça, Lamêgo  acredita que as empresas aumentarão seus investimentos no mercado mexicano e isso poderá representar um bom aumento nas exportações de Cachaça.

Enquanto em 2015 o México exportou mais de 180 milhões de litros para mais de 120 países, o Brasil exportou pouco mais de 7 milhões de litros do destilado exclusivamente Brasileiro para 61 países. Deste total, apenas 0,54% do total (quantidade) exportado de Cachaça foi para o México.

Parte do sucessso da projeção da Tequila no mundo deve-se a forma de organização do setor no México. Essa forma de organização tem sido um exemplo perseguido pelos produtores de Cachaça, através do IBRAC, que há alguns anos defende junto ao Governo Brasileiro que a Cachaça tenha o mesmo modelo organizacional existente no México.

Além da possibilidade de aumento das exportações, segundo o Presidente do IBRAC, o reconhecimento da Cachaça pelo México tem um valor imensurável e impedirá o uso da denominação CACHAÇA por produtores de outros países. Cristiano também destaca a necessidade de assinatura de outros Acordos para promoção, valorização e proteção da Cachaça, como destilado genuíno e exclusivo do Brasil, a exemplo do que tem feito o México, com a Tequila e o Reino Unido, com o Scotch Whisky.

VOLTAR